Thursday, January 17, 2008

Bang! #3 em formato electrónico


Depois de 3 exemplares editados, a revista Bang! passa a ter um novo formato.
Agora em pdf, e de acesso grátis na internet, a revista deixou infelizmente de ser publicada em papel. Ao contrário de deixar morrer esta iniciativa, resolvemos apostar desta forma na sua continuidade, esperando que um dia ela possa voltar às bancas.

E assim surge a Bang! #3, com o novo formato a permitir um exemplar maior do que o habitual na versão papel.

Conteúdo:

[ficção]
Fantascom - João Barreiros
Noiva do Homem-Cavalo - Lord Dunsany
A Novela da Chancela Negra - Arthur Machen
Filho do Sangue - Richard Matheson
O Mundo Apagado - Vasco Luís Curado
O Patriota Improvável - Maria de Menezes
Crupe dos Doenceiros - Neil Gaiman
Síndrome Fasciolar Cerebral dos Carteiros - Stepan Chapman
Dois contos súbitos - Luís Filipe Silva

[não ficção]
Sobre o Fantástico na Literatura Portuguesa - David Soares
5 Estrelas - Safaa Dib
Sangue Sumor e Lágrimas - Entrevista a George R. R. Martin
Como Organizar uma Monarquia - Entrevista a Octávio dos Santos
A Perspectiva Alienígena - João Seixas
Apanhar as canas do FF 2007 - Rogério Ribeiro
Prémio Bang! para Literatura Fantástica 2008
Colecção Bang! Primeiro Trimestre

Saturday, November 11, 2006

"O Rapto das Sabinas" de Sarah A. Hoyt

Completando a ficção internacional incluída na Bang! #2, uma autora americana que viveu durante vários anos na área do Porto. Sarah Almeida Hoyt fala-nos de um mundo alternativo, mas de sentimentos totalmente reais.

[...] Leste ou Oeste, todas as mensagens diziam o mesmo, apenas os detalhes diferiam: loura de olhos azuis, avistada no Colorado; ruiva na Califórnia; mulher de olhos cinzentos em Seattle; mulher de cabelos encaracolados em Phoenix; rapariga negra atraente no Wyoming. Depois disso, os pormenores tornavam-se íntimos, às vezes de forma ridícula – idade aproximada, tiques, sotaque. Raramente estas mulheres davam um nome. Eram frequentemente acompanhadas por guarda-costas ou observadas por amantes possessivos e zelosos.
Então pessoas como eu tinham que segui-las através de marcas de beleza e piscadelas de olho e as descrições dos sorrisos.
Havia sempre algumas notas patéticas da parte de sonhadores que julgavam que seria fácil: Perdi a minha mulher no dia 27. De nome Mary Smith. Alguém a viu a Oeste?
Eu ignorava essas notas. Penso que toda a gente ignorava. Sabíamos que os sonhadores iriam ceder gradualmente à realidade e, desse modo, a aceitação ou a uma busca frenética.
Nos últimos cinco anos, tinha seguido por todo o país uma loura magra de trinta e cinco anos com óculos em todas as pausas, todas as férias, todos os fins-de-semana prolongados que conseguia obter do meu trabalho em Nova Iorque.
Ela fora avistada no que restava de Denver, e em Whichita e em Pueblo e, uma vez, em Houston. A única característica que a distinguia era a de um dente da frente lascado. Lindsay, a minha mulher, tinha-o lascado numa queda de bicicleta quando tinha sete anos. Nunca se dera ao trabalho de o arranjar. Era uma pequena lasca e embora uma pessoa tivesse que ficar a olhar para a poder ver, dava ao seu sorriso uma qualidade ligeiramente enternecedora e assimétrica.
Eu perseguia a descrição desse sorriso. [...]

"Certas Noites é Romeno" de Bruce Holland Rogers

Um dos paladinos da ficção curta, Bruce Holland Rogers surge na Bang! #2 com o encanto de todas as línguas do mundo.

Trabalho à noite num grande edifício para escritórios, esfregona seca para lá e para cá pelos corredores, ou ocupado a apanhar beatas de cigarro dos urinóis. Enquanto o faço, estou constantemente a ouvir as cassetes. Certas noites é romeno. Isto não funciona: nu functioneaza. Quanto custa: cît costa? Outras noites é tailandês. Vire à esquerda: lieow sai. Vire à direita: lieow kwa. Ou então farsi. Todos os dias: har rooz. Hoje: emrooz. Ontem: dirooz. Preciso de uma almofada, por favor: lotfan bälesh mi-khäm.
Um idioma por noite, uma palavra de cada vez. [...]

"Ao Encontro das Estrelas" de Lawrence Schimel e Mark A. Garland

Escrito a meias pelos autores norte-americanos Lawrence Schimel e Mark A. Garland, este conto pertencente à Bang! #2 retrata a perseverança dos espíritos científicos.

[...] Ele encolheu os ombros. Era do conhecimento geral que se uma pessoa se aventurasse para fora da esfera de Dyson (o que ninguém era capaz) e se encontrasse frente a frente com as estrelas (o que nunca acontecia) a tracção das estrelas iria arrastá-lo até cair, indefeso, cair para todo o sempre. Todos, até o pai de Mitchell, diziam que a tracção era forte o suficiente para quebrar um cabo de aço num instante, ou superar os motores mais fortes, após pouco tempo. Que Mitchell soubesse, nunca ninguém se aventurara para o exterior da esfera de Dyson em dois mil anos; pelo menos ninguém que tivesse vivido para o contar.
Ainda assim, Mitchell tinha a certeza de que algo não batia certo nesta ideia, apesar de conseguir sentir uma quase tangível tracção das “falsas” estrelas projectadas no tecto abobado do Instituto. Só podia imaginar o que as verdadeiras estrelas lhe fariam. A força, pensou, devia ser incrível! Apesar disso, ainda havia questões por responder…
Foi atrás de Jerina. [...]

Friday, November 10, 2006

BANG! #2


A ser lançada durante o Fórum Fantástico 2006, a decorrer em Lisboa de 16 a 19 de Novembro, a BANG! #2 ("a terceira", para os amigos) seguirá logo de seguida para os assinantes e depois para as bancas.

A todos os que têm esperado pacientemente, e aos que contribuíram activamente para o seu conteúdo, o nosso obrigado.

Nos próximos dias colocaremos aqui excertos dos restantes contos, e o índice deste número.

Thursday, October 05, 2006

"Pink Penguin" de Eduardo Capela

Marcando mais uma estreia de um autor português de literatura fantástica nas páginas da Bang! 2, aqui fica o início de "Pink Penguin", de Eduardo Capela:

A conversa tinha escapado ao meu controle, e tive de o admitir:
-Sim, é verdade! Vim à consulta para ver se o Sr. Dr. me impedia de dormir. É que eu não posso dormir. Senão, não sei o que pode acontecer.
- Isso é muito curioso. Não me quer dizer mais nada?
Pronto! Já estava. Mais outro que não queria acreditar em mim. Mais outro que não me percebia. Começavam com estas falinhas mansas e depois procuravam curar-me de doenças mentais obscuras, que só eles conheciam, ou piores que essas. Como explicar-lhes que não podia dormir? Como demonstrar-lhes que era um perigo para toda a gente se eu adormecesse novamente. Já tinha tentado tudo e mais alguma coisa. Mas que mais podia eu fazer?
De obscuro jovem esotérico tinha-me desenvolvido vertiginosamente. Calcorreei paisagens intelectuais desconhecidas de quase todos. Penetrei segredos virgens. Quanta emoção. Quanta alegria. Que prazeres intelectuais não frui nessas vitórias antigas. Mas agora, que sufoco.

Monday, September 11, 2006

"O Pecado" de Ricardo Mendes

Cumprindo a promessa de vos irmos abrindo o apetite quanto ao conteúdo da Bang! nº2, aqui fica o parágrafo de abertura do conto "O Pecado", da autoria de Ricardo Mendes.

Não se recordava da primeira vez que a viu, nem de quando este envergonhado gesto se tornou num pecado irresistível, mas já não conseguia viver sem ele. Todas as manhãs, quando o galo (que ele carinhosamente apelidou de Refeição) apresentava a ordem de levantar, o jovem corria para a sua janela e abria as portadas, e tentava esconder a chiadeira que as dobradiças mal oleadas provocavam, não fosse ser ouvido por alguém da família. Por entre duas árvores que estavam prestes a cair ele conseguia vislumbrar a sua vizinha e objecto do seu desejo. Encontrava-a sempre de pé quando acordava, fazendo-o presumir que passava as noites em claro. Chamava-se Decadência, e todas as manhãs bebia, meia despida, a sua chávena de cianeto. E ele, inocente, observava-a de lágrimas nos olhos. Às vezes questionava-se se ela teria conhecimento de que estava a ser vigiada. Mas, depois de tanto tempo, já nem sequer se preocupava com isso.

Presença habitual nas páginas do DN Jovem, é com prazer que a Bang! abre as suas portas a Ricardo Mendes, mais um valor na literatura fantástica portuguesa.

Sunday, September 10, 2006

Se não assinar a Bang! morre...

Calma, não é você que morre, é a Bang!
Sendo a única revista em Portugal sobre fantástico e ficção científica, a Bang! precisa do apoio de todos os fãs do género. Se esse apoio não vier, por mais qualidade que tenha, a Bang! nunca poderá sobreviver. É a velha história do Portugal pequenino onde nada acontece ou sobrevive. Pois nós não queremos isso para a Bang!

Mas há muitas outras razões para assinar a Bang! Para começar, o preço (paga, por 4 números, apenas 13 euros, em vez dos 15,6 euros actuais de capa) e ainda recebe a revista comodamente em casa, três semanas antes de chegar às bancas. As outras razões estão dentro da revista: contos internacionalmente premiados, as melhores vozes nacionais, entrevistas a autores que outros media nem sabem que existem, crónicas e artigos por verdadeiros especialistas em fantasia e ficção científica, resenhas de quem sabe do que fala e as últimas novidades de tudo o que acontece por cá.

Se ficou com vontade de assinar, então envie-nos um email. Se ainda não está convencido(a), então esperamo-lo(a) entre as páginas de um dos nossos números (que também poderá encomendar por email). Um abraço!

Bang! e Saída de Emergência premeiam resenhas

A revista Bang! pretende com este concurso incentivar a escrita de análises literárias, vulgo resenhas, sobre livros, originais ou traduções, publicados no mercado português.

1- O concurso está aberto permanentemente, até aviso em contrário, e cada fase toma em conta todas as resenhas entradas no espaço prático entre duas publicações da revista.

2- As obras consideradas deverão ter sido publicadas no mercado português, de autores nacionais ou estrangeiros, qualquer que seja a editora, e incluir elementos de literatura fantástica. A respectiva resenha não deverá ultrapassar as 1500 palavras, e não poderá ter sido publicada anteriormente, em papel ou electronicamente.

3- Em cada número da revista Bang! será publicada a resenha premiada para a respectiva edição, à qual caberá um livro à escolha entre o catálogo da editora Saída de Emergência.
No caso de ser designada a publicação de uma menção honrosa, o autor receberá um exemplar grátis da revista Bang! (se se tratar de um assinante, será adicionado um exemplar à sua assinatura).

4- Infelizmente devido aos custos de envio postal, este concurso compreende apenas Portugal Continental, Madeira e Açores.

O que é a "Bang!"?

Lançada em Novembro de 2005, durante o Fórum Fantástico, a Bang! - Literatura de Aventura e Fantástico é a única revista portuguesa especificamente dedicada à temática da literatura fantástica, o que engloba géneros como a fantasia, o sobrenatural, a ficção científica e o horror.

Fruto da paixão dos editores da Saída de Emergência pela literatura do género, patente na inclusão no catálogo da jovem e enérgica editora de autores como Alan Moore, Douglas Adams, Michael Moorcock, HP Lovecraft e Edgar Allan Poe, entre outros, surgiu este projecto, para a edição do qual foi convidado Rogério Ribeiro, anteriormente editor do fanzine de literatura fantástica Dragão Quântico.

Tendo sido publicados dois números (nº0 em Novembro/2005 e nº1 em Abril/2006), está neste momento em preparação o nº2, a ser publicado em fins de Outubro/2006.
Mantendo a estrutura dos números anteriores, a Bang! #2 dará especial atenção a contos e críticas de escritores lusófonos, e incluirá também artigos e entrevistas.



Conteúdo nº1:

Contos:
"Três amigos" por Rhys Hughes
"Ventos imutáveis" por Frank Roger
"O Povo do Mar" por Vasco Curado
"A Casa de um Homem" por Luís Filipe Silva
"In Orbite Medievali" por Tobias S. Buckell
"Mandala: uma aventura do Sr. Bentley" por Ágata Ramos

Pré-publicação:
"Elric - A Fortaleza da Pérola"

Entrevistas:
Ágata Ramos Simões, por Rogério Ribeiro
Márcia Guimarães, por Rogério Ribeiro

Artigos:
"O Fórum que foi fantástico" por Rogério Ribeiro
"Ao Sol de Newton - A FC Hard, oitenta anos depois" por João Seixas

Resenha:
"Os factos da vida" de Graham Joyce, por Safaa Dib

Perfil:
Mary Gentle



Conteúdo nº0:

Contos:
"Aranhas Temporais, Teias Espaciais" por Lavie Tidhar
"Sumo Informático" por Lawrence M. Schoen
"A Lagoa" por João Ventura
"O Candelabro: uma aventura do Sr. Bentley" por Ágata Ramos

Pré-publicações:
"A mão direita do Destino" por Robert E. Howard
"No Vale, a Igreja", por David Soares

Entrevistas:
David Soares, por Rogério Ribeiro
José Lopes, por Luís Corte-Real
Fernando Ribeiro, por Luís Corte-Real

Artigos:
"Épica - Associação Portuguesa do Fantástico nas Artes"
"Saramago: O Nobel da Ficção Científica?" por Jorge Candeias
"A Armada está a implodir e o imperador não quer saber" por João Barreiros

Resenhas:
"Histórias à Beira-Mar" de Ana Cristina Luz, por Safaa Dib
"Biblioteca" de Zoran Zivkovic, por Luís Rodrigues

Perfil:
China Miéville

Boas Vindas

Olá a todos.

Criámos este blog para tornar mais versátil o acesso a informações sobre a Revista Bang!, assim como, no espaço entre publicações, manter o contacto com os leitores e interessados na única revista portuguesa de literatura fantástica.

Sejam bem-vindos.

Um abraço,
Rogério Ribeiro